sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

O estereótipo do jovem baiano

A juventude baiana é, no mínimo, engraçada. Se pararmos para observar os comportamentos e objetivos dos jovens na Bahia, ou choramos ou rimos. Deixando claro de antemão que não estou generalizando, mas falando sobre uma parcela muito grande da população jovem.
Como se comporta um jovem na Bahia?
1º - É geralmente sorridente.
Mas aí você dirá: "Mas isso não é defeito, é?". O fato de ser sorridente em si, não. Mas isso demonstra também uma certa falta de seriedade e o pior, não se respeite quem não se comporta da mesma maneira. O cara que é jovem e que sorri apenas quando sente vontade é logo tratado como ignorante e mal educado.
2° - Tem que ser forte, malhado.
Não importa se você se sente bem sendo magro ou gordo, você sempre sofrerá chacotas pela sua aparência e sua essência será deixada de lado. E isto leva ao 3° item que se refere à rooupa: 95% dos jovens paracem vestir as mesmas roupas, as famosas surfwears. Também não é defeito usar o tipo A ou B de roupa, mas usar só porque os outros usam, ai sim.
4° - Beba muito ou você é fraco. Quanto mais você beber, mas será elogiado e bem vindo nos grupos jovens.
5° - O mais importante, seja burro! "Ahn?!". Isso mesmo, o jovem baiano é burro. A maioria acho lindo perder de ano, viver em festas mesmo que no se prejudique com isso, não gostam de ler nada (além de recados no orkut e mensagens no msn) e a própria música ouvida pelos mesmos faz com que isso não mude, afinal o estilo preferido pelos menos é o pagode baiano, que é recheado de letras tão grandiosas quanto merda de dinossauro.
Resumindo, "ai de você" se for for jovem na Bahia e não for sorridente, ser magro, utilizar bermuda jeans e gola polo, não beber, ser estudioso e ouvir rock. Ou você procura um pequeno grupo que também não se enquadre nesse padrão, ou aprende a conviver com os mesmos, ou tenta se tornar um deles - "se não pode vencê-los, junte-se a eles".
Não estou sendo preconceituoso ao fazer tais afirmações, pois até certo ponto, me enquadro em algum(s) dos itens e tenho vários amigos tipicamente baianos. Meu objetivo é de apenas citar e criticar (porque não?) algumas caracteristicas do meu povo, mesmo podendo se tornar uma auto-crítica.
Apesar de tudo, amo a Bahia, adoro o povo baiano e sou baiano também, e com uma ponta de orgulho.
E pra quem acha que na Bahia não tem música de "qualidade" (entre aspas, pois qualidade em música é um termo subjetivo), surgiu aqui em Salvador um grupo que toca pagode orquestrado, a Sanbome Pagode Orquestra. Segue um vídeo, vale a pena conferir. Até a próxima.

2 comentários:

  1. Fico realmente triste ao saber que determinadas qualidades, como a educação, a gentileza e o amor pelo conhecimento e pela cultura - qualidades que são universais, atemporais e aculturais - são vistas na Bahia como sinais de traição a uma cultura hegemônica, ou até mesmo sinais de falta de masculinidade e "atitude". Gosto de muitos elementos culturais baianos, e amo de verdade as praias e paisagens que Deus nos presenteou. Mas sinto que aqueles que são mais introspectivos, reservados, que têm uma maneira distinta de se vestir, de se comportar e de comunicar estão automaticamentes excluídos da sociedade. Ou pior: são estereotipados e criticados pelas virtudes que possuem, por incrível que pareça. Ainda bem que existem espaços alternativos aqui em Salvador, onde podemos nos sentir incluídos.

    Enfim, estamos numa fábrica de outsiders.

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  2. Realmente parece que esses elementos tem a necessidade de se rotularem pra serem aceitos em determinados grupos e na sociedade de modo geral, o que não é inteligente porque deixa de ter sua identidade própria no que veste, no que expressa, no ouve,Enfim! Originalidade... É lamentável!

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